Nem tudo é o que parece. E quanto mais nos aprofundamos neste universo sem crueldade animal, mais percebemos que nem todos os produtos de base vegetal são realmente veganos. Tal deve-se à industrialização dos mesmos, uma vez que muitos setores ainda recorrem a processos que envolvem a utilização de substâncias ou componentes de origem animal.
O processo de refinamento do açúcar é um
destes casos, uma vez que a indústria utiliza frequentemente o osso bovino
carbonizado no método de refinamento do açúcar da cana. Contudo, não tem
necessariamente de ser assim, tendo em conta de que existem outros
processos que podem ser utilizados para refinar o produto e alcançar a cor
branca e cristalina pretendida, como por exemplo, a utilização de filtros de
carvão ativado ou o sistema de troca iônica.
O açúcar refinado comercializado em
Portugal, é vegano?
A PETA (People For The Ethical
Treatment Of Animals), refere que, a União Europeia e o Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos regulamentam o uso de carbonização óssea. E que,
somente os países considerados livres de BSE (encefalopatia espongiforme
bovina), podem comercializar ossos bovinos para o processo de
refinamento. Todavia, acrescenta ainda que, em muitos
países, são normalmente utilizados ossos de gado oriundos do Afeganistão,
Argentina, índia e Paquistão, que posteriormente são vendidos para a Escócia,
Egito e Brasil e revendidos para os EUA. Desta forma, percebemos que não é muito
simples sabermos quais marcas utilizam ou não a carbonização óssea no processo
de refinamento do açúcar, devido ao facto de o processo poder, eventualmente,
ser subcontratado a outras empresas.
Contatei algumas marcas como a RAR, a Sidul, a marca branca da Auchan, do Continente e do Pingo Doce,
de forma a obter informações sobre o processo de refinamento do açúcar que comercializam, contudo, apenas recebi feedback do Pingo Doce a informar que o açúcar que comercializam não possui componentes de origem animal. Do supermercado Continente recebi apenas um e-mail a dizer que não conseguem facultar-me essa resposta. O silêncio dá que pensar.
Deixo-vos abaixo algumas sugestões para substituirem o acúcar branco, se assim o entenderem:
Utilizar o açúcar mascavo não refinado pode ser uma boa alternativa, mas para além disso existem outras alternativas naturais ao açúcar:
Xilitol
Extraído da
fibra de frutas e vegetais como framboesa,
ameixa e couve-flor, possui um índice glicémico menor que o açúcar.
Agave
Extraído de uma planta de origem
mexicana,
possui textura mais suave que o mel e é menos calórico.
Maple Syrup
Extraído a partir de uma
árvore bastante comum no Canadá,
possui elevado teor de antioxidantes e
nutrientes como cálcio,
potássio e zinco.
Açúcar de côco
Possui baixo índice glicêmico e é rico em nutrientes como ferro,
cálcio, zinco
e potássio.
Melado de cana
É produzido através da evaporação do caldo de cana e por não
ser refinado, é rico nos mesmos minerais que o açúcar mascavo,
como cálcio, magnésio, potássio e fósforo.
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